Utilização do hífen em cargos profissionais
Com a reforma ortográfica, uma das mudanças gramaticais mais polêmicas foi o hífen – talvez pelas variadas regras e exceções de uso.
Muitas pessoas ainda estranham, por exemplo, escrever micro-ondas no lugar de microondas. Da mesma forma, é comum ver a palavra coautor sendo escrita como antes, quando o correto era co-autor.
Nesse artigo, a intenção não é falar sobre as regras gerais do hífen, mas sim sobre o seu uso em um caso específico: cargos profissionais.
Por que, afinal, não se usa o hífen ao escrever “assistente administrativo”, mas se usa em “diretor-presidente”?
A resposta é que não se deve utilizar hífen quando tivermos um substantivo e um adjetivo, já que, nesse caso, não estamos formando um substantivo composto com novo significado. Vejam, abaixo, alguns exemplos do que estamos falando:
Diretor Adjunto
Diretor Financeiro
Assistente Administrativo
Diretora Associada
Auxiliar Técnico
Juiz Substituto
Diretor Administrativo
Gerente Econômica
Diretor Executivo
Mas se o cargo for formado por dois substantivos, gerando um substantivo composto com novo significado, deve-se utilizar o hífen. Veja alguns exemplos abaixo:
Tesoureiro-Chefe
Diretor-Presidente
Redator-Chefe
Diretora-Superintendente
Secretário-Chefe
Em algumas situações, o uso do hífen pode ser opcional. É o caso de “Tesoureiro-Assistente”, já que a palavra “assistente” pode ser considerada adjetivo ou substantivo. No entanto, a recomendação é considerá-la como substantivo, utilizando o hífen ao escrevê-la.
Regras de hífen também valem para cargos societários
A regra é igual para sócios: se estivermos falando de sócio-fundador, sócio-presidente, sócio-torcedor, sócio-contribuinte, deve haver o acento agudo e a preferência pelo hífen, já que, nesses casos, são dois substantivos.
No entanto, se falarmos de sócio patrimonial, sócio honorário, sócio remido, sócio emérito, o acento agudo permanece, mas o hífen preferencialmente some, já que tratam-se de um substantivo e de um adjetivo.
Mas se a palavra sócio ocupar função de adjetivo (redução de SOCIAL), o acento agudo e o hífen somem. Além disso, a palavra vira uma só. É o caso de sociopolítico, sociolinguístico, sociocultural ou socioeconômico.
Exceção da regra em cargos
Por que em Procurador-Geral e Diretor-Geral o hífen é utilizado, mas ele não aparece em Secretaria Geral ou Consultor Geral?
Não há uma regra para isso. Mas no site Língua Brasil há uma explicação, que replicamos aqui para vocês:
“E como o Manual de Redação da Presidência da República, editado em 1991, chancela o uso do hífen – embora ilogicamente – ‘nas palavras compostas em que o adjetivo ‘geral’ é acoplado a substantivo que indica função, lugar de trabalho ou órgão’ (p. 96), o que se pode fazer é manter o hífen nos documentos oficiais quando se está tratando dos tais cargos ou órgãos cuja lei de criação tenha assim estabelecido. No mais, a lógica manda suprimir o hífen: Inspetoria Geral, Secretaria Geral ou Diretora Geral etc. (…)”
Na dúvida, o dicionário (ou o Google) sejam consultados!

fonte: korntraducoes.com.br/