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Corregedoria Geral ou Corregedoria-Geral? Com ou sem hífen?

Atualizado: 20 de mar.



O último acordo ortográfico entre Brasil e Portugal data de 2009, mas ainda aparecem dúvidas aqui e ali. Todas pertinentes. E muitas dessas dúvidas, acredito, estão relacionadas ao não conhecimento do espírito da norma. Como no judiciário, para entender um direito, é preciso ir além da literalidade da lei, é fundamental que se reconheça, aqui, o intuito das mudanças.


Então, em primeiro lugar, devemos ter em mente que desde a reforma ortográfica de 1931, a primeira entre Brasil e Portugal, temos a tendência, tanto aqui quanto lá, de tornar nossa língua mais simples, mais fonética, aproximando um pouco mais a ortografia dos dois países, e dessa forma, suprimindo os acentos gráficos responsáveis por 70% das divergências entre as duas ortografias oficiais.

Fonte: Agência Senado


Ciente desse desejo de longa data, o segundo passo é perceber que tudo está aí, sendo críticos ou não ao Acordo, para simplificar, facilitar. Acreditar nisso não só amplia o entendimento das propostas do Acordo como também pode derrubar a barreira natural às mudanças.


Dito isso, vamos à questão de hoje.


Quando a palavra geral é um adjetivo que acompanha um substantivo, sem que o sentido original seja alterado, não haverá hífen. Por isso, não usamos hífen para unir palavras como assembleia geral, reunião geral, comissão geral, regulamento geral, entre outras alterações dessa natureza.


O adjetivo geral liga-se com hífen apenas em nomes de cargos e profissões, e em nomes das divisões e órgãos administrativos a eles relacionados. Assim, temos:


• Cônsul-Geral e Consulado-Geral

• Procuradoria-Geral e Procurador-Geral

• Secretário-Geral e Secretaria-Geral

• Subsecretário-Geral

• Ouvidor-Geral e Ouvidoria-Geral

• Diretor-Geral e Diretoria-Geral

• Corregedor-Geral e Corregedoria-Geral.


A mesma lógica dever ser seguida para os adjetivos adjunto e executivo. Veja:

• Secretária-adjunta

• Editor-executivo


Seguindo o mesmo raciocínio, temos hífen nos seguintes casos:

• postos e gradações da diplomacia: primeiro-secretário, segundo-secretário;

• postos da hierarquia militar: tenente-coronel, capitão-tenente (Atenção: nomes compostos com elemento de ligação preposicionado ficam sem hífen: brigadeiro do ar, general de exército, general de brigada, tenente-brigadeiro do ar);

• postos hierárquicos dentro de empresas: diretor-presidente, editor-chefe, editor-assistente, sócio-gerente;

• cargos formados por numerais: primeiro-ministro, primeira-dama, primeiro-secretário (Nesse caso, o algarismo arábico só deve ser usado como recurso para economizar espaço, por exemplo, no título).


Para mais informações sobre o uso do hífen em outras aplicações, acesse o manual de comunicação do Senado Federal


Até a próxima!


Texto: Dora Paula



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